Um fragmento da música em Russas

 

Banda de música Euterpe São Bernardo - 1915; Imagem compilada do livro Russas: 200 anos de emancipação política - Limério Moreira da Rocha

Campelinho - Francisco Campelo Silva de Carvalho. Nasceu na cidade de Russas no dia 04 de maio de 1919. Era filho de José Carvalho e silva e Júlia Campelo e Silva. Era comerciante e músico. Casado com Maria Flora Pereira de Carvalho. Tiveram dois filhos: Francisco Roberto Pereira de Carvalho, conhecido como Boinha e Maria Cleuda Lima. Era integrante da Banda de Música Euterpe Afonso Lima nos anos 50. Tocava saxofone, instrumento que o levou a criar o conjunto musical “O Campelinho”, que animava as festas no vale jaguaribano nas décadas de 60 e 70. Faleceu em 08 de agosto de 1995.

Liduino Pitombeira - Começou seus estudos musicais aos doze anos de idade, tendo como professor Paulo Santiago (Paulinho dos Teclados). É um dos mais valiosos talentos de nossa música. Liduino Pitombeira (Russas, 1962) é doutor em composição e teoria musicais pela Universidade Estadual de Louisiana (EUA) onde estudou com Dinos Constantinides. Lecionou composição, orquestração e técnicas composicionais contemporâneas, de 2004 a 2006, na Universidade Estadual de Louisiana, onde já vinha atuando como instrutor bolsista desde 2001. 

Foi professor substituto de harmonia, contraponto e análise na Universidade Estadual do Ceará (1996-1998).  Estudou composição e harmonia com Vanda Ribeiro Costa (1985-91), Tarcísio José de Lima (1985-88) e José Alberto Kaplan (1991-98).  Durante doze anos (1986-1998) atuou como instrumentista e diretor musical do Syntagma, um grupo dedicado à performance e à pesquisa da música antiga e da música nordestina. Foi consultor de música da Secretária de Cultura do Estado do Ceará (1995-1997) onde elaborou e coordenou projetos como os da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho e Quinteto de Sopros Alberto Nepomuceno. 

Suas obras têm sido executadas pelo Syntagma, Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho, Quinteto de Sopros da Filarmônica de Berlim, Louisiana Sinfonietta, Red Stick Saxophone Quartet, New York University New Music Trio, Orquestra Filarmônica de Poznan (Polônia) e Orquestra Sinfônica do Recife.  Recebeu importantes premiações em concursos de composição no Brasil, destacando-se o primeiro prêmio no I Concurso Nacional Camargo Guarnieri, por sua obra “Suite Guarnieri”, para orquestra de cordas, e o primeiro prêmio no Concurso “Sinfonia dos 500 Anos”, por sua tese de mestrado, “Uma Lenda Indígena Brasileira”, para orquestra sinfônica.

Em março de 2004 recebeu, nos Estados Unidos, o prêmio “2003 MTNA-Shepherd Distinguished Composer of the Year” (Compositor do Ano) por seu trio com piano “Brazilian Landscapes No.1”. É membro da ASCAP, Society of Composers Inc. e SBMC (Sociedade Brasileira de Música Contemporânea). Suas obras são publicas pela Cantus Quercus, Conners, Alry, RioArte, e Irmãos Vitale.

Maestro Orlando Leite – Sua formação aconteceu no Conservatório Alberto Nepomuceno, onde se formou em Bacharel em Violino. Durante muitos anos foi Maestro da Orquestra Sinfônica de Brasília. Atuou com sua regência em peças teatrais, como é o caso da peça “Valsa Proibida”. Diretor do Teatro José de Alencar e fundador do Coral e da Orquestra de Câmara da Secretaria de Cultura do Ceará. Foi Diretor do Conservatório de Música Alberto Nepomuceno. Na sua gestão foram reconhecidos pelo Conselho Federal de Educação, os cursos de Instrumento, Canto e Licenciatura.

Paulo Gomes Santiago – “Paulinho dos Teclados” - Diplomado como Organista Profissional pela Ordem dos Músicos do Brasil (OMB nº 3019). Desenvolveu em Russas o trabalho de Organista na Igreja Matriz no período de 1984 a 1989, onde participou de todas as festas religiosas promovidas pela Paróquia. Em 1990 criou o Curso Musical para Órgão Sintetizado e Guitarra Acústica, onde ensinou por 10 anos. Foi tecladista do programa de rádio “102 FM ao Vivo”, onde acompanhavam os artistas que se apresentavam. Harmonista da Banda de Música Maestro Orlando Leite. Além dos instrumentos acima mencionados, ainda executa Acordeom, Flauta e Cavaquinho. É Diretor Musical e Arranjador, além de compositor.

Banda Maestro Orlando Leite – Esta Banda foi criada em 1983, pelo então prefeito senhor Zilzo Leandro Evangelista. Teve como primeiro regente o Tenente Raimundo Alves Bezerra. Está Banda foi a responsável pela formação de vários músicos desde a década de 1980 até nossos dias.

Raimundo Alves Bezerra – O Maestro Bezerra, ou Tenente Bezerra, foi o primeiro regente da Banda de Música Municipal Maestro Orlando Leite. Inaugurada em 1983 pelo então prefeito Zilzo Leandro Evangelista.

Banda Juvenal – A Banda Juvenal, funcionava paralelo a Euterpe Afonso Lima, em 1914. Era patrocinada pelo senhor Juvenal Gonçalves e Joaquim Maciel. Foi dissolvida em 1920, quando o senhor Juvenal vendou o prédio onde ela funcionava para o seu irmão Aderson Gonçalves.

Orquestra Euterpe Afonso Lima - Essa Banda de Música teve seu embrião ainda no final do século XIX. No entanto somente em 1914 é oficialmente criada a Banda Euterpe São Bernardo, com instrumentos próprios. Na sua regência estava o senhor Afonso Lima, grande professor de Russas.

Com sua morte em 1927, passou a ser denominada Euterpe Afonso Lima. Apresentavam-se no coreto da praça, em desfiles, nas festas comemorativas e religiosas, assim como, no intervalo das exibições dos filmes no Cine-teatro. A partir da década de 1950 passou a fazer parte dos quadros administrativos da Associação Atlética e Cultural de Russas. Nesse período, seu presidente era o senhor Daltro Holanda e o Vigário era o padre Pedro de Alcântara.

O Vigário entendendo que o senhor Daltro Holanda fazia parte da Maçonaria, resolveu proibir qualquer apresentação da Banda Euterpe Afonso Lima na cidade de Russas. Com essa decisão, pouco a pouco, foi desaparecendo durante a década de sessenta. Sua formação e fôlego desde 1915 era a seguinte: [1] Vicente Leite de Oliveira; José de Carvalho e Silva; Delfino Delmiro Bezerra; Custódio Primo Guimarães; Vicente de Carvalho e Silva; Luís de Carvalho e Silva; Manoel dos Santos Lima Sobrinho; Antônio Delmiro Bezerra; João de Carvalho e Silva; João Roque; Cláudio Silva; Bonifácio Nogueira; Pedro Delmiro Bezerra; Afonso Lima.



[1] Rocha, Limério Moreira da; Russas: 200 Anos de Emancipação Política; Ed. Banco do Nordeste, 2001. Págs. 390, 391 e 392.






La Santa Muerte ou Nossa Senhora da Boa Morte


Imagem de Ivana Tomášková por Pixabay

Estamos acostumados à tradição Católica da celebração do dia dos mortos que ocorre no dia 02 de novembro. No entanto, existem precedências a este culto mesmo anterior ao catolicismo, sendo mais forte e arraigada no México e comemorada na América pré-colombiana. Embora a igreja Católica condene esta devoção a Santa Muerte, costuma comemorar no dia 15 de agosto o dia de Nossa Senhora da Boa Morte, que têm similaridades entre si. Ocorrendo no México e na comunidade mexicana nos Estados Unidos com atributos sincréticos entre a Santa Muerte e o culto católico de Nossa Senhora da Boa morte.

O culto Católico nasce com a tradição de que Nossa Senhora morrera em meio aos apóstolos de Jesus Cristo que a sepultaram no local conhecido como Getsêmani, o local do martírio de Cristo na antiga cidade de Jerusalém. Conta a história, que um dos apóstolos que não participou do sepultamente, chegando aos outros rogou para que abrissem a sepultura pois desejava do fundo do coração ver a Virgem pela última vez. Seu desejo foi atendido, já tendo se passado três dias do sepultamento, o jazigo foi aberto e, para a surpresa de todos, o corpo da Virgem Maria não se encontrava lá. Tento ficado o local apenas com um forte odor de flores.

Imagem de Kacper Lawiński por Pixabay


Nasce assim na tradição católica a designação de Nossa Senhora da Boa Morte ou, mas conhecida popularmente como Nossa Senhora da Assunção. Dando ensejo ao credo de que Maria havia sido elevada (assuntada) aos céus de corpo e alma, provando a sua santidade e a fé de que no final dos tempos todos nós nos apresentaríamos em corpo e alma para o julgamento final.

Na tradição mexicana da Santa Muerte, a representação é feita através da imagem de um esqueleto coberto com um manto semelhante ao representado em Maria, porém com uma balança ou um globo em uma das mãos e na outra uma gadanha (espécie de ceifadeira usada na colheita do trigo). Tendo seu manto e sua coroa representados com cores diferentes, de acordo com a tradição de cada família. Este culto ainda é condenado pela igreja mexicana, embora seja cultuada por milhões de pessoas no México. É venerada, principalmente, por uma grande maioria de pessoas pobres ou marginalizadas.

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Aqui, no município de Russas, encontramos a Irmandade de Bom Jesus dos Mortos desde os meados do século XIX, inclusive as segundas-feiras era o dia que as missas eram cantadas com este objetivo de celebrar os mortos. Porém, nehuma ligação com a Virtgem Maria. Apesar das semelhanças entre Nossa Senhora da Boa Morte e a Santa Muerte, a maioria dos teólogos católicos descartam e até condenam uma possível ligação entre uma crença e outra. Pois os elementos deste sincretismo com origens pré-colombianas dariam um sentido "demoníaco" na ótica dogmática do catolicismo.

 






Navegar é Preciso

Imagem de ANDRI TEGAR MAHARDIKA por Pixabay


O "banner" logo abaixo do cabeçalho da página do Rio das Onças, denominado "Vida Imprecisa" é um link para a página eletrônica do mesmo nome. Lá, além de considerações sobre as religiosidades e místicas de parte da cultura humana, também será postado considerações sobre o tema "Bem-estar e vida Saudável". Provavelmente receberá também uma área aonde existirá um acesso para áudio e vídeo. Espero concretizar este projeto em breve.

Saudações aos Navegantes.