Imagem das vázeas russanas com suas carnaúbas |
Voltando às atividades nesta página depois de eventos que vou expor em outro momento, pois ainda não estou preparado para tal. Por ora, quero apenas falar sobre qualquer assunto que me venha à cabeça. É muito bom estar aqui.
Sempre tive uma fascinação pelas flores, suas cores, formas e perfumes. Provavelmente este sentimento seja compartilhado por outras milhares de pessoas, já que nosso instinto natural pela beleza da natureza reconhece nas flores uma forma de vida sublime. No livro "Um Novo Mundo", de Eckhart Tolle, ele traz uma passagem magnifica sobre a capacidade humana da compreensão sobre verdades universais ou culturais de aprendizagem. Passo a transcrever agora o parágrafo que me refiro deste excelente livro.
"Diz-se que, em determinada ocasião, Buda teria proferido um 'sermão silencioso' enquanto segurava uma flor e a apreciava. Após algum tempo, um monge chamado Mahakasyapa começou a sorrir diante dos presentes. Ele teria sido o único a entender o sermão. De acordo com a lenda, aquele sorriso (isto é, a compreenção) foi transmitido às gerações seguintes por 28 mestres sucessivamente e, muito tempo depois, tornou-se a origem do zen".
Lendo o conetúdo deste parágrafo, de fato percebemos e vêm à memória de que o sorriso é, entre tantas coisas, um ato de compreensão consolidada que naturalmente expomos ou deixamos transparecer com suavidade quando acontece esse fenômeno da aprendisagem. Como professor, também observei que alguns alunos expressavam sorrisos suaves, enquanto outros franziam a testa num claro ato de reflexão e esforço por compreender. Depois de fazer uma ou outra pergunta sobre o assunto tratado, o sorriso se seguia num claro ato de confirmação da compreensão.
Essa configuração dos nosso sentidos me leva a avaliar um pensamento que não ouvi muitas vezes, mas faz parte do lugar comum de muitos sobre o ato de sorrir. O ditado diz que "Muito riso é sinal de pouco siso", tendo a palavra "siso" o sentido de juízo ou sabedoria. Pondo as duas experiências lado a lado, a primeira de origem oriental, a segunda de origem ocidental, nos deparamos com uma contradição de ideias ou de pontos de vista. Onde a primeira exalta o sorriso como confirmador da compreensão, que por sua vez seria a consolidação da sabedoria. No segundo, um despreso com o sorriso, como sendo ato de uma pessoa tola, que não tem sabedoria e portanto sorrir diante dos propósitos da vida seria a confirmação dessa condição.
Penso ser as duas, em capos diferentes e em sentidos diferentes, verdadeiras. Porém, tendo a observar que no pensamento de origem ocidental, existe uma compreensão um tanto quanto preconceituosa, no sentido de acreditarmos que pelo fato do outro sorrir diante de uma afirmação séria, ele não esteja compreendendo. Pergunto: compreendendo o quê? Provavelmente um pensamento já consolidado no leque de conhecimento de quem a expõem, mas em que isso invalida outras formas de conhecimento, ou mesmo, o não conhecimento como aspas de um outro conhecimento que considera outras questões como importantes.
O fato é que costumamos defender o nosso conhecimento pessoal e desprezamos o outro conhecimento, ou mesmo a falta dele, sobre um determinado ponto de vista que consideramos importante. Mas, não é necessariamente importante ou faça sentido para o outro, que tomando como "tolo" possa ser detentor de outros conhecimentos, ou outros pensamentos dos quais desconhecemos. Portanto, acredito que o respeito entre as pessoas seja um ato de inteligência e que, nem sempre, meus pensamentos estão carregados de uma verdade válida para todas as formas de pensamentos ou conhecimentos humanos.