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Saber mais ou Saber menos?

Imagem das vázeas russanas com suas carnaúbas


Voltando às atividades nesta página depois de eventos que vou expor em outro momento, pois ainda não estou preparado para tal. Por ora, quero apenas falar sobre  qualquer assunto que me venha à cabeça. É muito bom estar aqui.

Sempre tive uma fascinação pelas flores, suas cores, formas e perfumes. Provavelmente este sentimento seja compartilhado por outras milhares de pessoas, já que nosso instinto natural pela beleza da natureza reconhece nas flores uma forma de vida sublime. No livro "Um Novo Mundo", de Eckhart Tolle, ele traz uma passagem magnifica sobre a capacidade humana da compreensão sobre verdades universais ou culturais de aprendizagem. Passo a transcrever agora o parágrafo que me refiro deste excelente livro.

"Diz-se que, em determinada ocasião, Buda teria proferido um 'sermão silencioso' enquanto segurava uma flor e a apreciava. Após algum tempo, um monge chamado Mahakasyapa começou a sorrir diante dos presentes. Ele teria sido o único a entender o sermão. De acordo com a lenda, aquele sorriso (isto é, a compreenção) foi transmitido às gerações seguintes por 28 mestres sucessivamente e, muito tempo depois, tornou-se a origem do zen".

Lendo o conetúdo deste parágrafo, de fato percebemos e vêm à memória de que o sorriso é, entre tantas coisas, um ato de compreensão consolidada que naturalmente expomos ou deixamos transparecer com suavidade quando acontece esse fenômeno da aprendisagem. Como professor, também observei que alguns alunos expressavam sorrisos suaves, enquanto outros franziam a testa num claro ato de reflexão e esforço por compreender. Depois de fazer uma ou outra pergunta sobre o assunto tratado, o sorriso se seguia num claro ato de confirmação da compreensão.

Essa configuração dos nosso sentidos me leva a avaliar um pensamento que não ouvi muitas vezes, mas faz parte do lugar comum de muitos sobre o ato de sorrir. O ditado diz que "Muito riso é sinal de pouco siso", tendo a palavra "siso" o sentido de juízo ou sabedoria. Pondo as duas experiências lado a lado, a primeira de origem oriental, a segunda de origem ocidental, nos deparamos com uma contradição de ideias ou de pontos de vista. Onde a primeira exalta o sorriso como confirmador da compreensão, que por sua vez seria a consolidação da sabedoria. No segundo, um despreso com o sorriso, como sendo ato de uma pessoa tola, que não tem sabedoria e portanto sorrir diante dos propósitos da vida seria a confirmação dessa condição.

Penso ser as duas, em capos diferentes e em sentidos diferentes, verdadeiras. Porém, tendo a observar que no pensamento de origem ocidental, existe uma compreensão um tanto quanto preconceituosa, no sentido de acreditarmos que pelo fato do outro sorrir diante de uma afirmação séria, ele não esteja compreendendo. Pergunto: compreendendo o quê? Provavelmente um pensamento já consolidado no leque de conhecimento de quem a expõem, mas em que isso invalida outras formas de conhecimento, ou mesmo, o não conhecimento como aspas de um outro conhecimento que considera outras questões como importantes.

O fato é que costumamos defender o nosso conhecimento pessoal e desprezamos o outro conhecimento, ou mesmo a falta dele, sobre um determinado ponto de vista que consideramos importante. Mas, não é necessariamente importante ou faça sentido para o outro, que tomando como "tolo" possa ser detentor de outros conhecimentos, ou outros pensamentos dos quais desconhecemos. Portanto, acredito que o respeito entre as pessoas seja um ato de inteligência e que, nem sempre, meus pensamentos estão carregados de uma verdade válida para todas as formas de pensamentos ou conhecimentos humanos.




Sertão Alegre - A Carta do Matuto por Leonardo Motta




Mamãe. Parnaíba é uma cidade monarca de grande. De manhazinha se alvoroça tanta gente na beira do rio que parece formiga ao redor de lagartixa morta e quase tudo é trabaiador caçando ganho. O mercado é outro despotismo. Se arreune mais povo do que na desobriga quando o padre diz missa na capela dos morros da Dona Chiquinha. Tudo se vende, de tudo se faz dinheiro. Fiquei besta de espiar gente comprando maxixe, quiabo, limão azedo, folha de João-Gome e inté taiada de girmum.

O passadio daqui é bom. Todo dia eu como pão da cidade com manteiga do reino. Mamãe. As coisas aqui são muito deferente e adversas daí. As casas são apregadas uma nas outras que nem casa de maribondo de parede e é quase de telha e atijolada e tem umas calçadas e forrada de táuba pru riba que nem gaiola de xexéu e se chama sobrado.

Gente rica é em demasia. Inda onte numa loja eu vi uma ruma de dinheiro de cobre no chão que parecia juá quando se ajunta mode dar pra bode em chiqueiro. Mamãe. A igreja faz inté sobroço de grande e alta. Cabe dentro dela todos os morador da Barra das Lage, do Bom Princípio, da Fazenda Nova e ainda se adquere lugar pra mais de cem vivente.

O povo daqui tem um sestro munto engraçado. Não diz “ô de casa”, não; quando chegam nas casa alheia, bate é palma como quem estruma cachorro mode acua tatu no buraco. Mamãe, a luz aqui é feita num tal de gazome. Não precisa pavio nem trucida de algodão mode acender. É só distrocer uma torneira como quem tira cachaça de ancoreta e riscar um fosco que a luz acende biatamente e tão culara que faz é gosto. Se o cristão não acender mais que depressa espáia um cheiro de cebola podre danado, diz pru via dum tal de carabureto.

Mamãe aqui tem um jogo chamado biá que num hai diabo no mundo que intenda, mais porém, só joga nele gente de famia. É arredor duma mesa grande forrada cum pano como baú de pregaria e os jogador segurando umas vara mode empurrar uma bola que é vê ovo de ema. Quando estão jogando dê por visto dois mexedor de farinha num forno de barro, ajeitando os rodo mode não desmanchar os beiju. Mamãe, aqui tem também uma latejo invisive que é um tal de cinema. É só a musga tocá, aparece uma figura de gente, de animal e de rua, tudo prefeito, mesminho, como se estivesse vivo e bulindo. O cinema é um pano esticado parecido com vela de embarcação e é a coisa mais bonita eu já vi.

Mamãe, cheguei onte de Tutoia. Fui nas barca da Companhia Busse mode trabaiá num vapor inguilez, ganhando dois minréis por dia e quatro pru noite. Na Tutoia a gente vê o mar inté onde ele encosta nas parede do céu. As barca sacode a gente chega faz dô de instambo e vontade de vomitar qui nem urubu novo, tudo isso pru via de desassossego do mar. O vapor inguilez é um paidégua de grande, maior do que a vazante de fumo do compadre Domingo Preto e mais alto do que o pé de tamarina da porta lá de casa. Os purão de botá carga é tão fundo que escurece a vista de cristão que espiá.

Mamãe, o pessoal que mora no vapor são tudo branco rosalgá, ôio azu, cabelo vreimeio. A fala deles só pro diabo, não hai no mundo quem intenda: é uma embruiada como de piriquito em roça de milho novo. São danado por papagaio ou por uma garrafa de geritiba. Quando os inguilez falam uns com os outro é uma trapaiada direitinho a de tia Damiana adispois qui teve a molestrite do ar.

Outra coisa engraçada que eu acho nos inguilez do vapor é tudo se chamar piloto, mode coisa qui os padre da terra deles não batizam ninguém com outro nome. Preu lhe conta tudo direitamente não hai papel que chegue. Vou acabar pruque já me dói as bonecas dos dedo de eu tanto escrever.

Pesquisador Leonardo Mota, 1938.




Um cara chamado Milton



Milton Nascimento no IV Festival da Musica Popular Brasileira, no Teatro Record, em novembro de 1968 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo - G1


A voz do cantor e compositor Milton Nascimento está presente em vários momentos da história do Brasil. Apesar da mineirisse, sempre está na produção de algo novo. até que em 2022 fez uma turnê nacional e internacional até o mês de novembro, em Belo Horizonte, onde fez o seu último show. O artista sente que a hora é de se reservar mais um pouco. 

#EngajaMilton 




BIOGRAFIA DE MILTON  (O Menestrel)









Revolução Verde

Ernest Gotsch foto de Blog - trabalhando em suas terras


No que se refere a condução lógica e inteligente da agricultura no planeta está a Agricultura Sintrópica ou a Agrofloresta. São teses e práticas na área da agricultura trazidas à tona pelo cientista e desenvolvedor das formas e métodos deste modelo de produção agrária, o suíço Ernst Götsch.

Ele faz parte de um grande movimento planetário que têm os mesmos princípios de respeito e propósito de estar alinhado com a força natural da vida. Esses grupos associativos, como os SAFs Sistemas Agroflorestais, Agricultura Regenerativa, eco-agricultura e outros setores que se alimentam e interagem na implantação de uma agricultura mais inclusiva dos seres humanos, mais respeitosa e equilibrada com o meio-ambiente.

No Brasil, apesar de todas as dificuldades, o CEPEAS (Centro de Estudo e Pesquisa da Agricultura Sintrópica) tem produzido tanto na prática dos laboratórios do CEPEAS, onde produzem uma grande variedade de produtos agrícolas sem o uso de agrotóxico e cada vez mais regenerando as áreas de plantio, pela produção de substratos que continuam o enriquecimento da terra. Além de meterem a mão na massa, eles também produzem conteúdo para informar e formar novos agro-agricultores. 

Outro vetor forte na propulsão dessa idéia é a EMBRAPA, que vem implementando o modelo e incentivando as iniciativas nas comunidades através de acessorias. Assim, cerca de 44% de terras do semiárido brasileiro já estão ocupadas com algum tipo agricultura que se enquadra nestes modelos que atuam em simbiose com a natureza.

Programa CPEAS


A grande dificuldade deste olhar emancipatório do planeta, é sua condição não gira na mesma rotação que o mercado exige. Veja, esse sistema verde precisa do máximo possível de trabalhadores, além de não determinar o tempo cronológico como base de tepo, o tempo usado é o próprio tempo de cada planta.

Por ser necessário muitos trabalhadores esse modelo hoje só consegue ser desenvolvido por cooperativas e associações comunitárias. No entanto, o número de famílias que vivem da agricultura e possuem sua terra trabalhando nesse modelo autossustentável é muito grande, quase todos que trabalham com agricultura familiar.  




Um poema, um Poeta



Foto valerioerrani por Pixbay


Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso

nem porto;

alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2005. p. 469



Gravura do Tempo



Imagem de jorgeribas - Galeria Pixbay



Por entre raízes,

Siará:

Terra do Sol.
Natureza linda, perfumada e forte.
Onde os mares são verdes,
azuis e transparentes de Jeri.
Olhos de Yara. É bem tu Iracema.
Mãe terra, irmã natureza.
És nossa Senhora da Conceição.
O curupira que cuida dessas matas.
Terra de muitos rios e peixes
Muitas frutas e plantas.
Mas também:
secas, emaranhado cinzento,
parece petrificado.
Parece que padece: Fome.
A chuva cai pra todos, mas só
alguns possuem as terras. 
E o cinza das plantas
vão pro céu emprenhando as nuvens.
Nuvens abundantes parecem chumbo
e arreia-se democraticamente sobre nós.
 
O que era seco vira mata fechada
qualhada de vidas, ninhos, guaches de gias
procurando a amada da vez.
Brotam os frutos da terra.
A nossa terra prometida. Aqui há Siará.
Será, quando a tipoia debaixo do alpendre
balançar mais forte do que o retinido da moeda
em algumas poucas botijas de latão.

Salve Tupã.





A prática de Aproveitar-se



Imagem Frank_Reppold  instagram.com/solarismutabor/Feel free to serve yourself. Your coffee - in Pixbay



A vida é surpreendente, principalmente, nesse modelo de sociedade em que estamos inseridos. Caso não tenha uma válvula de escape, somos levados a um estado doentio, de traumas e que vão se acumulando até se manifestarem fisicamente em forma de doenças.

Para que possamos viver uma vida mais saudável é necessário mais humanismo. Estamos vivenciando um período onde o egoísmo vem assumindo um caráter primordial para o empresário empreendedor de sucesso. Um estilo que não respeita os outros, está sempre pronto a atacar o outro, principalmente se o outro pensa diferente. 

Lembro que na pré-adolescência era estudado e incentivado o trabalho em equipe, o lema era "ninguém é uma ilha", entre outras ações na escola que reforçaram essa ideia de uma sociedade solidária.

Hoje, bem diferente, a ideologia neoliberal e seus modos de vida que giram em torno do aproveitar-se da ocasião. Aliás, aproveitar-se da ocasião vem sendo praticado no Brasil desde a formação das primeiras administrações da colônia.

Engana-se muito, quem usa a ideia do senso comum, montada pela História oficial, que o grande volume de presos e degredados que foram banidos para o recém Brasil foram responsáveis pela cultura do roubo. Esses não tinha meios e partiram, em muitos casos, para a formação de bandos de salteadores, isso quando não encontravam nenhuma ocupação.

Quem tinha os meios e as oportunidades eram os indivíduos que ocupavam os cargos da administração e seus representantes nas diversas hierarquias e cargos. Além disso, havia uma preocupação até do Bispado do Recife com relação as contas dos tributos coletados nas Paróquias.

Podemos observar esse fenômeno quando existe uma situação de emergência como foi na pandemia. O litro de alcoól custava aproximadamente R$  4,50, assim como vários produtos relacionados. Então, com a pandemia, o litro e álcool chegou a custar R$ 20,00. Esse é o aproveitar-se.

Temos também o exemplo do Rio Grande do Sul durante a catástrofe da enchete que matou e devastou cidades inteiras. Pessoas que se apoderaram das doações do governo para vender esses produtos aos desabrigados.

Aqui no Ceará, temos a comprovação da corrupção existente entre as mercadorias que eram levadas para os infames Redutos dos flagelados da seca de 1877/78/79. Foi compravado e ficamos estarrecidos com a crueldade dos fiscais dos Campos de Concetrçãoes que se aproitavam da situação para estuprar meninas, meninos e mulheres, por um prato de comida. Esse é o aproveitar-se dos brasileiros.

Recomendo o livro do nobre colega Cincinato Ferreira Neto na sua obra espetacular de pesquisa intitulada "A Tragédia dos Mil Dias - A seca de 1877-79 no Ceará". Infelizmente os últimos exemplares já estavam sendo vendidos, porém o autor me assegurou que tinha planos de outra tiragem deste trabalho já estava sendo pensado.

Muitas famílias hoje ricas, começaram suas fortunas nesses aproveitamentos, como é constatado a abertura de armazéns particulares com os produtos que seriam para o consumo dos flagelados.

Não sei se esse país ainda pode recuperar-se deste profundo trauma e do profundo costume que a nós foi imprimido. Passar por uma profunda depuração da sua mentalidade, não sei, que o futuro nos conte. Esse meu desconfiar está calcado no fato da solidez desse estamento sócio-cultural do Brasil.



             Pois penso que o desafio do Brasil é apagar essa sombra do individualismo neoliberal e começar a investir na humanização e colaboração de seu povo. Não haverá futuro para o Brasil que não passe pelo povo brasileiro.


O passado no Ceará Grande


Uma das casas mais antigas de Sobral
- Casa do Capitão-mor José de Xerez Furna Uchoa.

A casa do Capitão-mor José Xerez de Furna Uchoa, administrador do Ceará em 1748. Diversos objetos como porcelana, cerâmica e cachimbos antigos entre outros objetos foram achados em escavação antropológica feita pela Universidade Federal de Pernambuco. - Casa do Cap. José Xerez está localizada em Sobral - CE.

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🐆 Rio das Onças 🐆
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Sabedoria Popular - trecho do Poema "Natureza", Xangai

Declamação de um pequeno trecho do poema/canção: Natureza, de Xangai.




Segue abaixo a letra completa desta ode à natureza:


Natureza


É o céu uma abóbada aureolada
Rodeada de gases venenosos
Radiantes planetas luminosos
Gravidade na cósmica camada
Galáxia também hidrogenada
Como é lindo o espaço azul-turquesa
E o sol fulgurante tocha acesa
Flamejando sem pausa e sem escala
Quem de nós pensaria em apagá-la
Só o santo autor da natureza

De tais obras, o homem e a mulher
São antigos e ricos patrimônios
Geram corpos em forma de hormônios
E criam seres sem dúvida sequer
O homem após esse mister
Perpetua a espécie com certeza
A mulher carinhosa e indefesa
Dá à luz uma vida, novo brilho
Nove meses no ventre aloja o filho
Pelo santo poder da natureza

O peixe é bastante diferente
Ninguém pode entender como é seu gênio
Ele reserva porções de oxigênio
E mutações para o meio ambiente
Tem mais cartilagem resistente
Habitando na orla ou profundeza
Devora outros peixes pra despesa
Tem a época do acasalamento
Revestido de escamas esse elemento
Com a força da santa natureza

O poroquê ou peixe-elétrico é um tipo genuíno
Habitante dos rios e águas pretas
E com ele possui certas plaquetas
Que o dotam de um mecanismo fino
Com tal cartilagem esse ladino
Faz contato com muita ligeireza
E quem tocá-lo padece de surpresa
Descarga mortífera absoluta
Sua auto voltagem eletrocuta
Com os fios da santa natureza

A tartaruga é gostosa, feia e mansa
Habitante dos rios e oceanos
Chega aos quatrocentos anos
Para ela é rotina, é confiança
Guarda ovos na areia e nen se cansa
De por eles zelar como defesa
Nascido os filhotes com presteza
Nas águas revoltas já se jogam
Por instinto da raça não se afogam
E também pelo poder da natureza

O canário é pássaro cantor
Diferente de garça e pelicano
Papagaio, arara e tucano
Todos eles com majestosa cor
O gavião é um tipo caçador
E columbiforme é a burguesa
O aquático flamingo é da represa
A águia rapace agigantada
Eis o mundo das aves a passarada
Quanto é grande, poderosa e bela a natureza

A gazela, o antílope e o impala
A zebra e o alce felizardo
Não habitam em comum com o leopardo
O leão e o tigre-de-bengala
O macaco faz tudo mas não fala
Por atraso da espécie, por fraqueza
Tem o búfalo aspecto de grandeza
O boi manso e o puma tão valente
Cada um de uma espécie diferente
Isso é coisa também da natureza

E acho também interessante
O réptil de aspecto esquisito
O pequeno tamanho do mosquito
A tromba prênsil do elefante
A saliva incolor do ruminante
A mosca nociva e indefesa
A cobra que ataca de surpresa
Aplicar o veneno é seu mister
De uma vez mata trinta se puder
Mas isso é coisa também da natureza

No nordeste há quem diga que o carão
Possui certos poderes encantados
E que através de fenômenos variados
Prevê a mudança de estação
De fato no auge do verão
Ele entoa seu cântico de tristeza
E de repente um milagre, uma surpresa
Cai a chuva benéfica e divina
Quem lhe diz, quem lhe mostra e quem lhe ensina?
É somente o autor da natureza

Quem é que não sabe que o morcego
Com o rato bastante se parece
Nas cavernas escuras sobe e desce
Sugar sangue dos outros é seu emprego
Às noites escuras tem apego
Asqueroso ele é tenho certeza
Tem na vista sintoma de fraqueza
Porém o seu ouvido é muito fino
Também tem um sonar aparelho pequenino
Que lhe deu o autor da natureza

E admiro a formiga pequenina
Fidalga inimiga da lavoura
No trabalho aplicada professora
Um exemplo de pura disciplina
Através das antenas se combina
Nos celeiros alheios faz limpeza
Formigueiro é a sua fortaleza
Onde cada uma delas tem emprego
Uma entra outra sai não tem sossego
O quanto é grande e bonita a natureza

E a aranha pequena, tão arguta
De finíssimos fios faz a teia
Nesse mundo almoça, janta e ceia
É ali que passeia, vive e luta
Labirinto intrincado ela executa
Seu trabalho é bordado em qualquer mesa
Quem pensar destruir-lhe a fortaleza
Perderá de uma vez toda a esperança
Sua rede é autêntica segurança
Operária das mãos da natureza

A planta firmada no junquilho
Begônia, tulipa, margarida
As pedras riquíssimas da jazida
Com a cor, o valor, a luz, o brilho
A prata e o ouro cor de milho
O brilhante, a opala e a turquesa
A pérola das jóias da princesa
É difícil, valiosíssima e até
Alguém pensa ser vidro mas não é
É um milagre da santa natureza

E o inseto do sono tsé-tsé
As flores gentis com seus narcóticos
As ervas que dão antibióticos
A mudança constante da maré
A feiura real do caboré
No pavão é enorme a boniteza
Tem o lince visão e agudeza
E o cachorro finíssima audição
Vigilante mal pago do patrão
Isso é coisa da natureza

A cigarra cantante dialoga
Através do seu canto intermitente
De inverno a verão canta contente
E a sua canção não sai da voga
Qualquer árvore é a sua sinagoga
Não procura comida pra despesa
Sua música é sinônimo de tristeza
Patativa da seca é o seu nome
Se deixar de cantar morre de fome
Mas a gente sabe que é da natureza

Fonte: Musixmatch

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🐆 Rio das Onças 🐆
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Herdeiros da miséria: um país prisioneiro da ignorância

 



Difícil imaginar o que se passa na criação das nossas novas gerações. Falo sobre a criação que não é somente responsabilidade da família, mas da sociedade aonde a criança está. Seja a família, seja a escola ou a convivência com a sociedade, todas têm um papel importante para o desenvolvimento dos mais jovens.

Um dos grandes desafios do nosso tempo é a pornográfica desigualdade social ente as diversas realidades em um universo de alunos, professores, pais e suas sociedades locais. Outro grande problema é o Estado querer ir de encontro verdadeiramente a caminho de uma Educação necessária, mínima, que possibilite a formação de seres humanos melhores para a sociedade, não apenas mão-de-obra para a indústria, comércio e para a prestação de serviços.

Todos esses alunos, principalmente os da escola pública, merecem ter seus direitos a liberdade de escolher se querem exercer algum desses trabalhos acima citados,  ou aplicar-se à sua Educação dentro da Academia. Estar cursando o nível superior é compartilhar experiências únicas, nas aulas, na interação com outros alunos da Faculdade e nas Palestras e Minicursos que são oferecidas pela Universidade.

Assim, colaborando com a defesa do Brasil .ou seja, do nosso povo brasileiro.

Assim, tanto na convivência social, na escola, nos conteúdos da TV e    agora da Internet, as crianças, jovens e adultos estão expostos ao excesso de informações, a grande maioria contraditórias sobre o mesmo fato. Levando o nosso povo ao desinteresse, a incredibilidade e a repulsa dos políticos e da política.

Esse é o ponto, brotando no íntimo de cada um de nós, a repulsa da política, formando um exército de pessoas completamente desconectadas com a realidade do nosso país.

Nossos mensageiros foram observar o que está acontecendo na cidade de Recife. Abrindo um vazio maior dentro do nosso íntimo. para serem ocupados por representantes de outros interesses que não o do povo, o público.

Distorcer e tirar o significado da verdade, esvaziando-a, transformando-a em arma de interesses político-financeiro da extrema-direita no mundo e no Brasil, estão por trás dessa falta de respeito e criminosa ação contra o nosso povo.

O fato nos leva a questionar o caráter e os valores da ética pessoal e da dignidade dos responsáveis, brasileiros em especial, por essas ações criminosas contra o nosso povo.

A alguns anos atrás seria impossível nós vermos na televisão a falta de respeito, o baixíssimo nível intelectual e o pior de tudo, a predisposição de cometer crimes contra os interesses do povo brasileiro de maneira tão descarada e ostensiva. Sem esconder seus pensamentos, onde o pior se revela na quantidade de seguidores que tais figuras nefastas conseguem iludir.

Disse Mark Twain: “É mais fácil enganar uma pessoa, do que convencê-la de que foi enganada.” Presidentes, governadores, deputados federais e senadores, prefeitos, vereadores, escolas, bancos, serviços e em todas as estruturas que organizam as instituições públicas e privadas no Brasil. A máquina não pára, ela gira indomável mastigando vidas e sonhos, infâncias e velhices.

A estrutura, principalmente seus vícios, vêm se perpetuando há séculos no intuito de preservar esse modelo no qual se beneficiam, querem manter as coisas como estão, manter o status quo.

Para quem detém o controle (um pequeno grupo herdeiro do poder e suas cortes), se beneficiam dessa desordem de informação. Financiando empreitadas como esse ataque do que ficou conhecido como “facknews”, no excesso de informações não verificadas de fatos. Atacaram a boa fé do povo brasileiro, com a disseminação desses boatos, circula livremente e alcançam seus alvos-reféns,  sem qualquer punição.

A estratégia covarde se aproveita da falta de informação da grande maioria dos brasileiros, para jogar informações falsas no intuito de enublar todas as outras notícias. Os ataques sempre buscam, em geral, notícias que envolvem a questão moral, sexual ou de defesa da família, das pautas LGBTQIA+, assim com os direitos das mulheres, dos Organismos de defesa do povo negro, os indígenas etc. 

Esses acusadores do campo extremista, contraditoriamente são representados por pessoas de caráter e ações bem duvidosas.

Acredito que essa estratégia, marcada pelo uso de ferramentas direcionadas, transformou a verdade em uma peça de uso por ocasião, descartável, mutável para outra verdade que também pode ser ou não uma mentira. Em qual verdade acreditar? No ano de 1943 a produtora Walt Disney publicou o desenho “Chicken Little”.



Desenho animado: "Chicken Litte"; Walt Disney - 1943
    Essa produção estadunidense, nitidamente de cunho militar, mostra de forma metafórica como se deve desestabilizar um governo que não segue as diretrizes impostas pelos EUA.

             No desenho representado por frangos em um galinheiro, com o galinheiro sendo o país de interesse, nesse cenário é onde se desenvolve toda a trama.

Podemos imaginar que a difusão de informações, capas falsas de revistas e jornais, além da utilização em massa da dissimulação,  do engano e do uso de propagação de informações falsas para provocar o caos no país.

 O fato é que através de variados métodos, países imperialistas têm utilizado formas cada vez mais agressivas de conseguir desestabilizar as democracias mais frágeis com a intenção de manterem seus posicionamentos econômico-financeiros. Dinheiro e controle político, um país forjado na mentira, sempre estará no objetivo final dessas ações. 

Art. 2º O indivíduo que o se identificar, 

Para a elite financeira (os herdeiros) nacional, junto a elite financeira mundial têm laços de interesses em comum: o mundo para poucos.

Então, apesar de falarem de suas justificativas e planos, enganam-se e enganam a população incauta.

  Essas pessoas ficam completamente exposta à essas ameaças e esse abandono das populações de rua, das tribos indígenas, dos marginalizados, dos prisioneiros por crime cometido ou vagabundagem.

    Toda essa mudança nos modos de vidas dos povos tradicionais implica em um deslocamento cultural e de mentalidade dos indígenas que precisam se adaptar à essa nova realidade.

    Aqui é o inferno, mas vamos conseguir sair, fugir. Voltar pra cidade grande e ficar completamente livre. Mesmo que eu saiba no íntimo que não é. Fico propensa a sonhar e dar asas à imaginação.

    Assim, quando constataram que as pessoas estão indefesas quanto a receber o "ruído" da cidade. Absorver essas ideias  comerciais e de riqueza, acreditando que seus interesses são os mesmos que o meu, não ficaria feliz?

    Passa a correr atrás da pedra preciosa que vai lhe tirar desse buraco de lama e gente. Essas pessoas se enterram tanto na lama, ficando completamente sujos de barro.

    Essa cena me lembrou demais que aqueles homens se transformaram em caranguejos nesse grande manguezal de ouro, prata e das pedras preciosas, além é claro  da pistolagem, do tráfico e de investidores nacionais e internacionais.

Ledo engano, engano cometido também em outros momentos históricos onde quase todos os tratados de aliança foram descumpridos por parte dos dominantes sobre os dominados. Quase sempre, o pagamento ao povo vem em forma de assassinatos, prisões, desaparecimentos e chantagens.

Mas recentemente na história dos nossos tempos, vários países começaram a ter revoltas populares por diversas questões. Esses levantes populares foram chamados pelos sociólogos de “revolução colorida” tendo em vista as várias linhas que conduziam aquele processo de protesto. Foram pelos direitos dos LGBTQI+, ambientalistas, nacionalistas, grupos de direitos humanos, ações de grupos feministas, grupos de estudantes etc.

Em todos os países em que ocorreram os levantes da população nessa revolução colorida, os governos sofreram grandes abalos e em muitos os governantes foram mudados, como no caso do Brasil em 2016 quando a presidente Dilma Rousseff sofreu um golpe disfarçado de impeachment. Logo após a extrema-direita assumiu o poder executivo e legislativo levando o país à uma destruição dos direitos dos trabalhadores. Como nos casos das reformas Trabalhistas (governo Temer) e Previdenciários (governo Bolsonaro), além de muitos outros duros golpes na Saúde, na Educação, na Ação Social, na Cultura e em diversos outros nichos que salvaguardavam a cidadania do nosso povo, assim como seus direitos trabalhistas. Luta secular dos trabalhadores e que foi suprimida sem nenhum constrangimento pelos fascistas que assaltaram o poder.

Estamos piorando a nossa capacidade de aceitar indivíduos mais qualificados. Diante desse Congresso e Senado, fico pensando nesses em quem nossos jovens acabam por se aliar ou não, mas que vêm o discurso de baixo calão, a colocação de ideias imorais ou fantasiosas intencionalmente. Passam a mensagem de que o crime, a falta de educação, o insulto baixo, a defesa de temas já bastante discutido pelos Congressos anteriores, na tentativa de rebaixar também o Estado brasileiro.

Esse período pode ser decisivo para a retomada de um Brasil com o mínimo de credibilidade no seu Estado de Direito da nossa surrada Democracia, assim como melhorar a nossa vitrine e determinação para os outros países, principalmente com os que têm relações comerciais diretas.

Falta muito ainda para o Brasil ser verdadeiramente democrático. Porque essa condição presume a formação de uma população que tenha acesso aos serviços básicos e participe ativamente da vida política do país. Até lá, não podemos dizer que o Brasil é um país soberano.

   Quanto mais jovens, geralmente da periferia ou comunidades, tiverem acesso contínuo à Saúde, Educação, Esportes, Filosofia e demais pensamentos que sustentam a formação humanista de um Estado forte pelo amor e disposição de seu povo para mantê-lo.




Espaço reservado para o painel do dia:


Prédio comercial localizado na Avenida Pe. Raul Vieira quase em frente ao Banco do Brasil. O prédio resiste com uma fachada original dos prédios localizados nessa rua histórica. Agora já tão descaracterizada. O prédio em destaque fica "espremido" entre uma loja Macavi e a Caixa Econômica Federal, Russas - Ceará.


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