O Leite da terra







Meus olhos temperados de sertão

São como os olhos de coruja ao dia
—Igia, o sol me aturdia.
Como o vapor da terra que tremula o ar.
Vala-me sombra da tamarina,
sombra do juazeiro,
timbaúba, pau-pereiro,
pau d’árco, oiticica e castanheiro.
Cadê?!
Deixaram a terra nua.
Até a chuva, lembrança de menino,
Não cai com o mesmo gosto feminino
Farta e de tetas generosas.

Leite que dá vida a tudo.

Sumo, fôlego das raízes, intravenosa.
Incomparável, força grandiosa,
Tinta verde disfarçada de incolor.
Cai e se dar a todos plenamente, 
Sem precisar de atravessador.

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🐆 Rio das Onças 🐆
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